Real Digital e Contratos Inteligentes

Real Digital e Contratos Inteligentes – O que são?

No universo em constante transformação das tecnologias financeiras, com um número cada vez maior de fintechs, startups com tecnologias para o mercado financeiro, surgem inovações que prometem revolucionar as nossas relações com o dinheiro e as transações, neste post vamos mergulhar no Real Digital e nos Contratos Inteligentes (Smart Contracts), projetos que têm o dedo do Banco Central.

Baseando-nos nas informações fornecidas durante o dinâmico papo no podcast “Dinheiro do Futuro: O que é o Real Digital e os Contratos Inteligentes?”, com o convidado Rodrigoh Henriques, Diretor do Laboratório de Finanças Tecnológicas da FENASBAC, Federação Nacional das Associações dos Servidores do Banco Central, vamos explorar em profundidade o conceito do Real Digital e sua relação com os Smart Contracts.

Além disso, acompanharemos exemplos práticos de como o Real Digital e os Smart Contracts podem ser aplicados, desde a transferência de propriedade de um carro até a segurança em compras públicas.

Você pode assistir o Episódio: Dinheiro do Futuro: O que é o Real Digital e os Contratos Inteligentes? do Futurocast clicando no vídeo:

O que é o Real Digital?

No podcast “Dinheiro do Futuro: O que é o Real Digital e os Contratos Inteligentes?”, o convidado especialista, Rodrigo Henriques, discute em detalhes o conceito do Real Digital. Ele explica que o Real Digital é uma forma eletrônica da nossa moeda nacional, o Real, que existe apenas digitalmente e não tem representação física em notas ou moedas.

Essa nova forma de dinheiro é respaldada pelo Banco Central, o que lhe confere confiabilidade e estabilidade. Com o a versão digital do Real, as transações financeiras se tornam mais ágeis e eficientes, proporcionando maior facilidade de acesso e praticidade para os usuários. Além disso, esta modalidade nova de dinheiro promove a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso aos serviços financeiros e transações digitais, independentemente de sua localização geográfica, fator que já ocorreu com a criação do PIX.

A versão digital do Real terá o mesmo valor do Real físico, com a diferença poderá ser tokenizado, o que vai permitir que o dinheiro receba códigos de programação, através dos Contratos Inteligentes.

Atualizando o Post: no dia 07 de agosto de 2023, o Banco Central definiu o nome do Real Digital como DREX: Veja matéria AQUI da jornalista Andreia Sadi para o G1.

Entendendo os Smart Contracts e sua relação com o Real Digital

Rodrigo Henriques destaca a importância dos Smart Contracts em relação ao Real Digital. Os Smart Contracts, ou Contratos Inteligentes, são programas de computador que executam automaticamente ações e acordos quando as condições predefinidas são atendidas.

Esses contratos são baseados na tecnologia blockchain, o que lhes confere segurança, transparência e imutabilidade. A relação entre o Real Digital e os Smart Contracts é fundamental, pois o Real Digital atua como meio de pagamento para as transações definidas nos Smart Contracts.

Dessa forma, o Real Digital possibilita a operacionalização desses contratos inteligentes, tornando as transações descentralizadas mais eficientes e confiáveis. Com essa sinergia entre Real Digital e Smart Contracts, abre-se um novo horizonte para o futuro das transações financeiras, eliminando a necessidade de intermediários e simplificando o processo de acordos e transações.

O Contrato Inteligente será executado automaticamente pela tecnologia, conforme as suas cláusulas forem sendo cumpridas ou não.

Isso deverá reduzir as demandas judiciais, mas exigirá mais conhecimento e maior cuidado na elaboração dos Smart Contracts, já que são autoexecutáveis

Exemplo de Transferência de Propriedade de Carro com Smart Contracts

Um exemplo prático apresentado no podcast é a transferência de propriedade de um carro. Atualmente existe o dilema entre as partes. Quem faz a transferência primeiro? O que vai antes? O dinheiro do comprador ou o documento do carro pela vendedor?

Por meio de Smart Contracts e Real Digital o comprador e o vendedor firmam um contrato inteligente que contém todas as cláusulas necessárias para a transação.

O contrato é registrado na blockchain, garantindo sua imutabilidade e segurança. Quando o comprador realiza o pagamento em Real Digital, o contrato é ativado automaticamente e verifica se todas as condições foram cumpridas.

Assim que todas as cláusulas são atendidas, a propriedade do carro é transferida para o comprador de forma rápida e segura, sem a necessidade de intermediação de terceiros.

Se uma das partes descumprir o acordado no contrato, a transação pode ser desfeita automaticamente.

Outro exemplo é um banco que queira emprestar dinheiro para um produtor rural investir em agricultura orgânica. Se ele tentar comprar uma caminhonete nova com o dinheiro, a transação não será processada. Da mesma forma, se tentar comprar glifosato, que é um defensivo agrícola não-orgânico.

O dinheiro digital só poderá ser utilizado para os fins determinados no Contrato Inteligente.

Esse exemplo ilustra o potencial revolucionário do Real Digital e dos Smart Contracts na simplificação e agilidade das transações, além de promover maior confiança nas operações financeiras.

Segurança nas Compras Públicas com Real Digital

Rodrigo Henriques destaca a aplicação do Real Digital e dos Smart Contracts em compras públicas como uma área crucial para a segurança e transparência nas transações.

Com a utilização dessas tecnologias, os processos licitatórios e aquisições de bens e serviços podem ser automatizados e monitorados em tempo real. Isso reduz riscos de corrupção, fraude e malversação de recursos públicos, garantindo uma gestão mais eficiente e responsável dos recursos do Estado.

O Real Digital, por sua vez, possibilita que os pagamentos sejam realizados de forma ágil e rastreável, contribuindo para uma maior transparência nas compras governamentais.

Por exemplo, uma prefeitura pode licitar uma estrada com a previsão de durabilidade de 20 anos, e com os pagamentos sendo feitos pelo contrato inteligente ao longo deste prazo. Se por ventura a estrada se deteriorar antes do estipulado em contrato, os pagamentos podem ser interrompidos de forma automática.

Essa nova moeda também pode garantir a aplicação correta do dinheiro público. Por exemplo, um recurso destinado à merenda escolar só poderá ser gasto com alimentos que serão consumidos nas escolas públicas.

Um outro exemplo pode ser um contrato de manutenção de computadores e impressoras. Em caso de pane de uma ou mais unidades, o pagamento proporcional aos equipamentos parados podem ser suspensos até que o reparo seja feito e o equipamento volte a funcionar.

Com isso, a administração pública pode se beneficiar de processos mais eficientes e confiáveis, melhorando a governança e otimizando o uso dos recursos.

Conclusão

O Real Digital e os Smart Contracts representam um futuro promissor para as transações financeiras. Com a explanação detalhada de Rodrigo Henriques no podcast, ficou claro que o Real Digital é uma moeda eletrônica respaldada pelo Banco Central, proporcionando agilidade e praticidade nas transações financeiras.

Os Smart Contracts, baseados na tecnologia blockchain, complementam o Real Digital ao executarem automaticamente acordos e transações de forma segura e transparente. Os exemplos práticos, como a transferência de propriedade de um carro e a segurança nas compras públicas, mostram como essas inovações podem simplificar e aprimorar as operações financeiras.

O Banco Central acredita que o mercado financeiro brasileiro encontrará muitas outras aplicações para esta tecnologia, que está sendo testada no sandbox regulatório do BC.

Portanto, convidamos todos os leitores a assistir ao podcast com Rodrigo Henriques para se aprofundar nesse emocionante tema e compreender como o Real Digital e os Smart Contracts poderão transformar o cenário financeiro global e a vida de todos os brasileiros, como ocorreu com o PIX.

Não perca essa oportunidade de estar à frente das tendências tecnológicas e acompanhar de perto as mudanças que essas inovações estão trazendo para o mundo das finanças.

Você também pode ouvir este e os outros episódios do FuturoCast no Spotify NESTE LINK. com vários temas voltados para tecnologia na gestão pública.

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